O Ministério de Relações Exteriores anunciou, na noite deste sábado, a convocação do embaixador brasileiro em Assunção, Eduardo dos Santos, para consultas. Em nota, o Itamaraty afirmou que não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa o presidente paraguaio, Fernando Lugo, e condenou o "rito sumário" da destituição.
"O Governo brasileiro ressalta que não tomará medidas que prejudiquem o povo irmão do Paraguai. O Brasil reafirma que a democracia foi conquistada com esforço e sacrifício pelos países da região e deve ser defendida sem hesitação", diz o texto.
O embaixador deve retornar a Brasília nesta segunda-feira. Dependendo do que Eduardo dos Santos informar ao governo, ele pode permanecer no Brasil ou retornar ao Paraguai.
Veja a íntegra da nota:
O Governo brasileiro condena o rito sumário de destituição do mandatário do Paraguai, decidido em 22 de junho último, em que não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa. O Brasil considera que o procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional.
Medidas a serem aplicadas em decorrência da ruptura da ordem democrática no Paraguai estão sendo avaliadas com os parceiros do MERCOSUL e da UNASUL, à luz de compromissos no âmbito regional com a democracia.
O Governo brasileiro ressalta que não tomará medidas que prejudiquem o povo irmão do Paraguai.
O Brasil reafirma que a democracia foi conquistada com esforço e sacrifício pelos países da região e deve ser defendida sem hesitação.
O Embaixador do Brasil em Assunção está sendo chamado a Brasília para consultas.
Novo presidente vai procurar Dilma
Federico Franco, presidente recém-empossado do Paraguai, pretende procurar nos próximos dias Dilma Rousseff e o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. Ele quer desfazer a má repercussão causada pelo impeachment de Fernando Lugo e teme um eventual rompimento da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) com o Paraguai.
Outra preocupação de Franco é com a Usina Itaipu Binacional, fundamental para o abastecimento de energia para o Paraguai e para a economia do país, com a venda do excedente para o Brasil.
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