TIAGO DANTAS - O Estado de S.Paulo

Após tentar induzir a revitalização do centro paulistano por meio da instalação de grandes equipamentos culturais e de projetar a concessão de 45 quarteirões da região à iniciativa privada por meio da Nova Luz, governo do Estado e Prefeitura prometem agora a construção de 20 mil moradias. Se o cronograma for seguido, o projeto Casa Paulista será concluído em 2019.
Para tirar o plano do papel serão necessários R$ 4,6 bilhões, segundo a Secretaria Estadual de Habitação. Investidores privados serão responsáveis pelo aporte de cerca de R$ 3 bilhões, enquanto Prefeitura, Estado e União, com crédito do programa Minha Casa Minha Vida, vão arcar com o restante. A previsão do governo é de que o edital seja lançado em junho e o contrato seja assinado em outubro. Em dois anos, os primeiros prédios devem ser entregues. Quatro anos depois, todos estarão prontos.

Em um dos lotes, localizado entre a Estação Júlio Prestes, a Rua Cleveland e a Avenida Rudge, há até a ideia de se fazer uma clínica de atendimento a viciados em crack. "O Casa Paulista é a negação de dois modelos ruins de habitação que encontramos na cidade e são feitos por governo e mercado: o modelo BNH, que causa bolsões de pobreza, e o modelo medieval, cercado por muros, que exclui a vida urbana", afirma o arquiteto Philip Yang, fundador do Instituto Urbem, responsável pelo projeto urbanístico da proposta.

Um dos setores do empreendimento acompanha a linha da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) entre os Viadutos Pacaembu e Engenheiro Orlando Murgel, na Barra Funda. Ao aproximar o imóvel do transporte, a ideia é reduzir os deslocamentos. A região da Subprefeitura da Sé, outra das beneficiadas pelo projeto, concentra 17% da oferta de emprego da cidade, embora reúna 3% dos moradores, segundo o prefeito Fernando Haddad (PT). "Queremos que o nosso centro funcione o dia todo. Acho que vamos fazer uma intervenção mais cirúrgica, que pode conduzir uma transformação na região."

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